O Natal tem História...
Durante os três primeiros séculos da nossa Era os cristãos
não celebravam o Natal. Na Bíblia, não há referências sobre o dia do nascimento
de Jesus Cristo, nem recomendações para esse dia fosse celebrado, como seriam
seus aniversários de morte e ressurreição.
Portanto, ao contrário do que muitos acreditam, a origem
do Natal não está no nascimento de Jesus. A festa natalina tem origem pagã,
associada às comemorações denominadas Saturnália
e Brumália.
A Saturnália, festa em homenagem ao deus romano Saturno,
ia de 17 a 24 de dezembro. Era uma comemoração alegre, com muita dança, em que
ricos e pobres conviviam igualmente, com os senhores servindo os servos, numa
inversão de papéis.
No dia 25 de dezembro, imediatamente após a Saturnália,
comemorava-se a Brumália, o nascimento do deus-sol, ou "o nascimento do
Sol Invicto". A data, para eles, no Hemisfério Norte, coincidia com o
solstício de inverno, dia "mais curto do ano", com menos horas de
luz. A partir do
solstício
de inverno, as noites começam a diminuir, e os dias a aumentar.
Em tempos remotos, os persas também tinham seus deuses
inspirados no sol, e comemorações nos dias 24 e 25 de dezembro.
No dia que corresponde ao nosso 24 de dezembro, os persas
queimavam o seu deus Agni, construído a partir de um tronco de árvore, e
colocavam outro, novo, em seu lugar.
Com o novo deus, os dias começavam a aumentar porque,
segundo supunham, o seu deus jovem estava cheio de vigor para produzir dias
maiores. Adoravam-no então com diversas solenidades aparatosas e sacrifícios
humanos.
No dia seguinte celebravam um estranho ritual: no templo
onde ficava o deus Agni, havia uma fresta na cortina do lado oriental, por onde
penetrava o sol ao amanhecer. Os raios iam incidiam na parte posterior da
cabeça do sacerdote, que era dotado de uma careca espelhada. Ao refletirem-se
nela projetavam-se num espelho em forma de sol, e daí incidiam no deus feito de
madeira.
Já a festa germânica pagã do solstício do inverno, a Yule,
tinha como costumes principais os grandes banquetes, a folia, a troca de
presentes, os enfeites e as árvores.
E como da comemoração da Saturnália e da Brumália chegamos
ao Natal cristão?
Veja o que conta a "Nova enciclopédia de conhecimento
religioso de Schaff-Herzog" (The New
Schaff-Herzog Encyclopedia of Religious Knowledge):
"As festividades pagãs de Saturnália e Brumália
estavam demasiadamente arraigadas nos costumes populares para serem suprimidas
pela influência cristã. Essas festas agradavam tanto que os cristãos viram com
simpatia uma desculpa para continuar celebrando-as sem maiores mudanças no
espírito e na forma de sua observância. Pregadores cristãos do ocidente e do
oriente próximo protestaram contra a frivolidade indecorosa com que se
celebrava o nascimento de Cristo, enquanto os cristãos da Mesopotâmia acusavam
seus irmãos ocidentais de idolatria e de culto ao sol por aceitar como cristã
essa festividade pagã.
Recordemos que o mundo romano havia sido pagão. Antes do
século IV os cristãos eram poucos, embora estivessem aumentando em número, e
eram perseguidos pelo governo e pelos pagãos. Porém, com a vinda do imperador
Constantino (no século IV), que se declarou cristão, elevando o cristianismo a
um nível de igualdade com o paganismo, o mundo romano começou a aceitar este
cristianismo popularizado e os novos adeptos somaram a centenas de milhares.
Tenhamos em conta que esta gente havia sido educada nos
costumes pagãos, sendo o principal aquela festa idólatra de 25 de dezembro. Era
uma festa de alegria [carnal] muito especial. Agradava ao povo! Não queriam
suprimi-la."