O destino de Édipo
“Laio [...] era rei de Tebas e vivia com Jocasta, filha do nobre tebano Meneceu. Por muitos anos não tiveram filhos. Como ele desejasse ardentemente um herdeiro, consultou o oráculo de Apolo, em Delfos, e recebeu a seguinte resposta: ‘Laio, você haverá de ter um filho, mas saiba que está destinado a morrer pelas mãos de seu próprio filho.' [...]Laio acreditou no oráculo e por muitos anos viveu separado de sua esposa. Mas o amor que tinham um pelo outro fez com que voltassem a unir-se, apesar da advertência do oráculo, e por fim Jocasta deu um filho a seu marido. Quando a criança nasceu, os pais lembraram-se do oráculo e, para evitar que este se realizasse, mandaram perfurar os pés da criança quando esta tinha três dias e abandoná-la, com os pés amarrados, no Monte Citéron.
Mas o pastor encarregado desse crime terrível ficou com pena da criança inocente e entregou-a a outro pastor, que pastoreava os rebanhos do rei de Pólibo, de Corinto. Voltou então para casa e declarou ao rei e à sua esposa Jocasta que cumprira a missão. Os dois pensaram que a criança tivesse morrido de fome ou que fora destroçada por animais selvagens, impossibilitando assim a realização do oráculo. E tranquilizavam a própria consciência alegando terem protegido a criança, evitando assim que ela assassinasse o próprio pai.
Enquanto isso o pastor de Pólibo desamarrou os pés perfurados do menino e chamou-o de Édipo, que significa ‘o de pés inchados', por causa de suas feridas. E levou o menino para Corinto, para junto de seu senhor.”
SCHWAB, Gustav. As mais belas histórias da Antiguidade clássica: os mitos da Grécia
e de Roma. 5. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1994. v. 1. p. 270-2
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