O lundu também é resultado dessa mistura entre
Europa e África no Brasil do século XVIII. Ele era tocado na Bahia,
no Rio de Janeiro e em Pernambuco e estava ligado às práticas
religiosas dos escravos.
Na medida em que se distanciava desse contexto
religioso e se misturava com outros gêneros musicais, o lundu
começou a ser apreciado pela crescente população urbana da
colônia.
A modinha surgiu nessa mesma época. De origem
incerta, ela fez muito sucesso no Brasil e em Portugal. O principal
representante da modinha no século XVIII foi o poeta e compositor
Domingos Caldas Barbosa.
Filho de uma angolana com um português, Domingos
era mulato. Graças a seu talento, conseguiu reconhecimento social no
Rio de Janeiro e em Portugal. Tornou-se popular na corte portuguesa
durante o reinado de D. Maria I, tocando nos salões lundus, cantigas
e modinhas.
Domingos Caldas Barbosa, em litografia
que ilustra a primeira edição do livro Viola de Lereno, de
1798.
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No Brasil dessa época, uma das formas encontradas
pelos negros para derrubar as barreiras criadas pela escravidão e
pelo preconceito era revelando suas habilidades na música, na dança
e nas artes em geral.
Lundu, gravura de Johann Moritz Rugendas
publicada no livro Viagem pitoresca ao interior do Brasil,
de 1835. Biblioteca Municipal Mário de Andrade, São Paulo.
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